segunda-feira, 25 de maio de 2009

mosquito mutante*

Mosquito mutante é a mais nova arma contra a dengue Artur Araujo Reportagem publicada no dia 2 de junho de 1998 no jornal Diário do Povo (Campinas / São Paulo / Brasil) Empoucos anos, a dengue tem tudo para se tornar página virada na história da saúde pública mundial. Cientistas dos EUA estão desenvolvendo uma espécie mutante de Aedes aegypti, incapaz de transmitir aos seres humanos a doença. A idéia é liberar esses espécimes no meio ambiente e, misturando-os aos mosquitos nativos, erradicar doença na raça humana. O trabalho vem sendo desenvolvido há aproximadamente uma década e tem obtido progressos significativos, principalmente por causa das grandes conquistas verificadas na engenharia genética nestes últimos anos. À frente do projeto estão os professores Anthony James da Universidade da Califórnia, e Frank Collins, da Universidade de Notre Dame, da cidade de South Bend, Estado de Indiana (EUA). Eles conseguiram uma proeza exótica que permite vislumbrar um triunfo a curto prazo: um Aedes aegypti de olhos vermelhos (os espécimes manipulados no laboratório têm olhos brancos). As duas equipes destes cientistas manipularam os genes do inseto, acrescentando ao código genético de um ovo-cobaia partes do DNA de uma mosca da fruta, mostrando assim que é possível, dentro dos conhecimentos atuais, modificar o código genético da espécie. A mutação entusiasmou duplamente os cientistas porque, além de bem sucedida, a seqüência genética instalada mostrou-se um gene dominante, que foi transmitido a dez gerações de insetos. “Nosso próximo passo é alterar o mosquito para que ele não transmita mais o vírus da dengue”, afirma o professor Frank Collins, da Universidade de Notre Dame. Para seu colega, Anthony James da Universidade da Califórnia, a conquista da tecnologia deve ocorrer entre três e cinco anos, mas adverte: “como se trata de uma nova área, há muito o que avaliar antes de liberar uma espécie geneticamente alterada no meio ambiente. Ainda temos muito trabalho a fazer”. A seguir os melhores trechos da entrevista com os dois cientistas:Pergunta - Como e quando surgiu a idéia de tornar o mosquito incapaz de transmitir o vírus da dengue? COLLINS - A idéia surgiu especificamente com o professor Chris Curtis, da Escola Londrina de Higiene e Medicina Tropical em 1968. Foi um conceito realmente visionário, à frente de seu tempo. Dez anos depois, uma vertiginosa série de descobertas na biologia molecular abriu o campo da engenharia genética. Agora, é possível resolver questões como essa, formulada por Chris Curtis.JAMES - A habilidade de certos mosquitos em transmitir doenças enquanto outros são incapazes intriga os cientistas desde quando começaram as pesquisas sobre esses insetos no início do século. Posteriormente, entre os anos 50 e 60, muitos pesquisadores começaram a especular sobre a possibilidade de controlar geneticamente a transmissão de doenças. Essas teorias resultaram em um tipo de monitoramento chamado Técnicas de Esterilização de Insetos que consistia em colocar em determinados ambientes fêmeas estéreis para assim reduzir a população de determinadas espécies. na cor dos olhos do mosquito contribui para o objetivo de tornar o inseto incapaz de transmitir a doença? JAMES - O gene do olho colorido é só uma prova que nos informa que conseguimos alterar o DNA do mosquito. Ainda precisamos adicionar um gene novo ao gene da cor do olho para torná-lo incapaz de transmitir a doença.No que consiste a técnica? JAMES - Os fragmentos do DNA da mosca da fruta são inseridos em ovos de mosquito, que, ao se tornarem insetos adultos, proliferam-se com outros não manipulados geneticamente, disseminando assim a nova característica.Há quantos anos vem sendo desenvolvida a pesquisa? Quanto dinheiro já foi investido? COLLINS - O empreendimento foi estimulado pela Fundação McArthur, que tem investido em oito diferentes laboratórios para o estudo biológico de insetos que são vetores de doenças humanas. A instituição aposta na importância deste campo e financiou estudos de engenharia genética. Com isso, está se tornando possível desenvolver mecanismos que interfiram no processo de transmissão. Atualmente, a tarefa de financiar esses estudos é compartilhada por instituições como a Organização Mundial de Saúde. Desconheço quanto ao todo tem sido investido neste tipo de pesquisa, mas considero que, por mais dinheiro que já tenha sido colocado neste projeto é pouco, se comparado às perdas humanas decorrentes de doenças transmitidas por insetos. JAMES - Meu laboratório trabalha na transformação genética do mosquito há sete anos. Somos financiados pela Fundação McArthur e pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA. É difícil estabelecer quanto já foi investido porque as verbas também são usadas para pagar outras pesquisas. O dinheiro vai principalmente para pagar os salários dos cientistas e colaboradores.O Aedes aegypti existe nos EUA? JAMES - Sim. Entretanto não temos casos registrados no país. Esse trabalho é voltado a regiões onde a doença prolifera.COLLINS - A dengue é epidêmica no norte do México. Um ou outro caso ocorre nos EUA, mas essas exceções foram contraídas fora daqui.Há algum tipo de intercâmbio neste trabalho com cientistas brasileiros?JAMES - Na fase inicial, não. Hoje em dia, temos quatro colaboradores brasileiros, a doutora Antoniana Krettli, da Universidade de Minas Gerais, o doutor Osvaldo Marinotti, do departamento de parasitologia da Universidade de São Paulo e duas brasileiras aqui na Califórnia, Margareth de Lara Capurro, da USP, doutora em Bioquímica e Cristina Moreira-Ferro, doutoranda da USP, sob orientação do doutor Osvaldo Marinotti.Quanto custará aos países interessados a nova tecnologia? COLLINS - Não sei quanto custará, mas creio que os custos serão rateados entre a Organização Mundial de Saúde, as nações interessadas e as agências internacionais de desenvolvimento social.Por que os programas de erradicação do mosquito se mostram tão ineficientes? JAMES - A erradicação funcionou em alguns lugares. Trata-se entretanto de uma atividade que exige o uso em larga escala de inseticidas, e as espécies têm se tornado resistentes. É preciso criar novas saídas para fugir desse círculo vicioso ou veremos futuramente o ressurgimento de doenças há muito controladas. Da mesma forma, precisamos de novas técnicas para lidar com doenças como a dengue, que ainda não dispõe de um recurso efetivo para controlá-la.COLLINS - Quando há verbas, grupos de agentes sanitários conseguem controlar a transmissão de doenças como a dengue. Entretanto, as doenças transmitidas por mosquitos prevalecem em nações economicamente pouco desenvolvidas ou em áreas pobres de países ricos. Freqüentemente, não há verbas disponíveis para o combate à doença.

Grafico da área de planejamento 4 e 5

O grafico a baixo mostra a vocês os casos de dengue da cidade do rio de janeiro de duas de suas aréas.


Área de planejamento 4: Jacarépagua, Cidade de Deus e Barra da tijuca.







Àrea de planejamento 5: Realengo, Bangu, Campo grande, Guaratiba e Santa cruz.



Nesses graficos no ano de 2008 vimos que os meses de março e abril temos mais casos de dengue que os outros meses, e os meses anteriores temos uma media de casos rasoaveis e os meses de agosto a novembro tem uma media muito pequena. Isso significa que o governo do rio de janeiro ea população se consientizou de que deixar peneu velho é errado e isso ajuda ao mosquito da dengue se proliferar e a morte de muitas pessoas.